sábado, 26 de outubro de 2013

Geografia - Aula 08 - Globalização

           



 O professor Giordano ao ensinar, ''mediar'' o assunto Globalização usou uma linguagem fácil para que os alunos pudessem entender com facilidade o tema apresentado por ele, fazendo ligação de um assunto para vários outros dentro da globalização.
O recurso usado pelo o professor para a praticidade foi a escolha pela a televisão para o auxiliar a sua dinâmica de ensinar, mostrando esquemas, fotos para que os receptores tivesse um aprendizado mais eficaz.

Geografia - Aula 02 - Geologia e Geomorfologia

                 
  A vídeo aula do professor Giordano deixou o conteúdo bem claro, a linguagem bem didática.Proporcionando aos alunos uma ótima compreensão do conteúdo.Utilizou animações na televisão e o quadro negro, para dar uma proximidade e entendimento da matéria.

domingo, 15 de setembro de 2013

A UTILIZAÇÃO DA INFORMÁTICA NO ENSINO DE GEOGRAFIA

Antonio José Castro Ramos Júnior
Beatriz de Fátima Costa
 
Significativas transformações vêm modificando os rumos da sociedade e, conseqüentemente, da educação, pois a evolução, a globalização e a informatização dos meios de comunicação são fatores essenciais e indispensáveis para o homem moderno que necessita o quanto antes de um ambiente escolar extremamente significativo e construtivo, levando-o o mais próximo possível à realidade e a um desenvolvimento integral.
Para isso a educação começa a buscar maneiras de caminhar no sentido de desenvolver este ser, tendo como meio a tecnologia que aí está e que faz parte da atual conjuntura pedagógica.
Portanto, a introdução da informática na educação, mais especificamente no ensino de geografia, deverá ocorrer de tal forma que possa ser utilizada no processo de ensino-aprendizagem, trabalhando o conhecimento geográfico através de programas que possibilitem o aluno construir seu próprio conhecimento.
O MUNDO EM NOSSAS “MÃOS”
Atualmente, o uso de computadores no processo pedagógico já é uma realidade e uma conquista da escola visto que a informática está nas ruas, no trabalho, na saúde, nas ciências, na escola dentre outros.
Assim como o livro, o vídeo, o filme e a televisão, o computador não é usado apenas para motivar os alunos e fazê-los participar mais ativamente do trabalho escolar. Como as outras ferramentas citadas, ele é um instrumento de comunicação de dados e como estes são formas de comunicar conhecimentos, logo tais interessam à educação.
Nesse admirável mundo que cabe na tela do computador, basta um clique no mouse para conhecer um cerimonial religioso na Polinésia, as geleiras da Antártida ou a vista magnífica da Cordilheira dos Andes e tudo isso sem sair da sala de aula.
Com iniciativa e criatividade a Internet é mesmo um mundo de possibilidade às nossas mãos, visto que a mesma (Internet) surge como uma grande fonte de conhecimentos e pesquisa no ensino de geografia, sendo que suas contribuições estão relacionadas aos dados meteorológicos, geomorfológicos, climáticos, na compreensão das escalas cartográficas, na localização especial de uma determinada área ou ainda cedendo informações das coordenadas geográficas, aproximando cada vez mais a geografia das evoluções tecnológicas.
O aluno é um sujeito permanentemente estimulado pelos artefatos tecnológicos, sendo que a cultura produzida neste mundo de tecnologia é repleta de informações geográficas, propiciando ao professor realização de atividades e melhores resultados na aprendizagem dos alunos, motivando-os e despertando a atenção dos mesmos.
Os softwares de geografia enriquecem a aula por representarem freqüentemente e das formas mais variadas o mundo, os fenômenos geográficos, as paisagens, permitindo uma visualização dos fenômenos geográficos tão eficientes que as pessoas parecem ter vivenciado, experienciado os lugares e os fenômenos, além de disponibilizar uma grande quantidade de informações.
Convém ressaltar que o computador não substitui o professor, constitui apenas mais um recurso de que este se utiliza para atingir objetivos educacionais propostos e melhorar a qualidade do ensino.
Sabe-se que a tecnologia e a informática, por si só, não constituem fórmula milagrosa para as dificuldades educacionais, mas possibilitam um novo caminho a ser buscado, fazendo com que a tecnologia seja implantada no ambiente escolar indispensável e essencial para o homem e sua formação.
No entanto, convém ressaltar que o emprego da informática no processo pedagógico, assim como o uso de qualquer tecnologia, exige do educador uma reflexão crítica. Refletir criticamente sobre o valor pedagógico da Informática significa também refletir sobre as transformações da escola e repensar o futuro da educação.
Conclui-se, assim, que o computador poderá contribuir para a mudança da prática e da abordagem didático e pedagógico devendo este ser utilizado como catalisador de uma mudança educacional.
 
"Falta cultura digital na sala de aula"
                                                                       Pier Cesare Rivoltella


Especialista em Mídia e Educação da Universidade Católica de Milão diz que a tecnologia e seu conteúdo devem fazer parte do dia a dia escolar

O Brasil ainda engatinha quando se fala em inclusão digital nas escolas públicas. Até o ano passado, das 143 mil instituições de Ensino Fundamental do país, cerca de 17 mil contavam com laboratórios de informática, segundo dados do Ministério da Educação (MEC). Porém cresce nas faculdades de Educação a preocupação em formar profissionais preparados para lidar teoricamente com a linguagem das novas mídias e seu significado nas salas de aula. É para apoiar projetos como esse que o filósofo italiano Pier Cesare Rivoltella - , especialista em Mídia e Educação da Universidade Católica de Milão, na Itália, visita o Brasil com freqüência. Ele orienta pesquisas sobre a relação entre jovens e internet do Grupo de Pesquisa Educação e Mídia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), onde também dá aulas sobre Mídia e Educação, e acompanha pesquisas de mestrado na Universidade Federal de Santa Catarina.

Para Rivoltella, os meios de comunicação dão impulso à inovação do ensino. "É a troca da abordagem tradicional - baseada na fala do professor à frente da sala de aula - pelo uso de mídias que favoreçam o trabalho em grupo mais ativo, dinâmico e criativo em todas as disciplinas." O especialista, que também forma docentes da rede pública italiana, ainda sente uma certa resistência cultural quando se fala em tecnologia na sala de aula. "Os professores não são formados para lidar com elas", afirma. No Brasil, o cenário não é muito diferente. "As experiências, geralmente, são voltadas para o conhecimento técnico dos meios de comunicação, não o crítico."

Como os jovens se relacionam com as novas tecnologias?

Pier Cesare Rivoltella Uma das maiores características desse público é o que chamamos de uma disposição multitarefa. Ele responde às mensagens do celular, ouve música no iPod, vê TV e fala com os amigos no Messenger - tudo ao mesmo tempo. Da mesma forma, ele sabe que acessar a internet pelo computador de casa ou pelo telefone celular é muito diferente. O computador, geralmente, é de toda a família e fica na sala. O celular é pessoal. Além disso, o jovem de hoje reconhece as especificidades de cada tecnologia e se adapta a elas. Ele pode sair pela cidade enquanto olha a tela do celular - o que é impossível na frente da tela de um computador. Fazer tudo isso simultaneamente é uma característica típica das novas gerações. Por um lado, isso lhes confere uma elaboração cognitiva muito rápida. Por outro, acaba deixando-os na superficialidade, pois não dá tempo de se aprofundar nos assuntos.

Como as escolas se relacionam com esses jovens?

Rivoltella Mal, muito mal. Hoje, as novas gerações estão completamente ligadas à tecnologia e aos meios de comunicação. Elas fazem parte de uma cidade que não é só real mas também digital. E nesse espaço você não é brasileiro nem italiano. Os jovens de hoje são criados numa sociedade digital. Por isso, educar para os meios de comunicação é educar para a cidadania. Daí vem a urgência de a escola se integrar a essa realidade.

O que significa dizer que a mídia deve fazer parte do cotidiano da escola?

Rivoltella Que ela deve permear os processos de ensino e aprendizagem, como acontece com a escrita. O papel do professor que usa a tecnologia é parecido com o do diretor de um filme. Trata-se de um professor-diretor, que não se limita a falar, mas passa a direcionar o uso dos meios de comunicação pelos alunos.

Qual a melhor forma de levar o tema mídia para a sala de aula?

Rivoltella Como um tema transversal. Alguns pesquisadores defendem a criação de uma disciplina específica, mas já está provado que isso não funciona. Se apenas um professor responde pelo conhecimento da tecnologia e da mídia (como ocorre em muitas escolas que têm salas de informática), os outros tendem a se desinteressar pelo assunto. E, para ser eficaz, esse trabalho precisa ser feito em equipe. O professor de Língua Portuguesa trabalha com a análise do texto e o uso da linguagem na mídia. O de Arte, com a dimensão expressiva dos meios. O de Tecnologia, com as ferramentas. O de Matemática, com a representação da disciplina nos diferentes meios de comunicação. E assim por diante.

O professor que não fizer isso vai ficar para trás?

Rivoltella Sim, já está ficando. E digo isso porque ele não compartilha com os alunos a mesma cultura, o que gera um abismo entre eles. A pior conseqüência disso é não conseguir estabelecer um diálogo educativo. Aqui, na Europa, é comum o professor ver os meios de comunicação como uma cultura popular e de baixo nível, em oposição aos livros, que são a alta cultura. No Brasil, me parece, a questão é outra: muitos educadores não têm sequer acesso a elas. Nesse caso, a situação é ainda pior.

Como os professores se relacionam com as novas mídias?

Rivoltella Uma pesquisa que fizemos em 2006 revelou que 18% dos professores italianos só usam a internet para fazer pesquisas. Eles também não debatem com os alunos os problemas culturais ligados às novas tecnologias - ou porque não entendem que isso interessa a eles, ou porque não se consideram preparados para isso. Na escola, a tecnologia ainda é vista como um perigo, não como uma aliada.

O que o professor precisa para explorar as tecnologias em sala de aula?

Rivoltella Precisa saber fazer análises críticas e organizar atividades de produção usando essas tecnologias (e também os meios de comunicação). Os computadores e celulares deixaram de ser apenas ferramentas de recepção. Hoje, são também de produção. Uma criança pode tirar fotos ou fazer vídeos com um celular e publicá-los na internet. Qualquer um pode editar e produzir conteúdo. Há cinco anos, éramos apenas consumidores de conteúdos prontos. Da mesma forma, é importante o professor organizar palestras e oficinas de produção multimídia, conhecer as linguagens da mídia, saber utilizar uma câmera e dominar a dinâmica dos textos na internet, com seus links para outros textos. Na Itália, trabalhos como esse são feitos nas disciplinas de Arte e Língua Italiana no Ensino Fundamental.

Os cursos de graduação em Pedagogia têm a preocupação de preparar os professores para lidar com as novas tecnologias?

Rivoltella Na Itália, ainda não temos um curso de graduação que forme mídia-educadores - isso só existe em nível de mestrado e doutorado. No Brasil, essa preocupação parece ser maior. Na faculdade de Educação da PUC de São Paulo, há estudos sobre o tema desde meados dos anos 1990. O mesmo ocorre na Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. A PUC do Rio de Janeiro e a Universidade Federal de Santa Catarina também têm disciplinas de Mídia e Educação nos cursos de graduação em Educação. E acompanho projetos como orientador do Grupo de Pesquisa Educação e Mídia da PUC carioca.

O que um curso desse tipo deve oferecer aos futuros professores?

Rivoltella Em primeiro lugar, é essencial definir objetivos e metodologias para uma formação que abranja todos os meios de comunicação. Isso permite que o professor, quando passar a dar aula, saiba em que momento deve usar cada mídia com os alunos, o que facilita muito seu planejamento. Ele também precisa conhecer teorias da comunicação e da recepção e metodologias de pesquisa, como técnicas de entrevistas. E, finalmente, o curso deve ensinar a avaliar. Em mídia-educação, provas objetivas não permitem a mensuração do que o aluno vê numa imagem. É preciso observá-lo vendo TV. Analisar o comportamento no contexto real em que ele lida com a mídia ajuda o professor a perceber comportamentos reais e a propor debates e discussões.

Ao mesmo tempo, o senhor defende a criação de um novo tipo de profissional, o mídia-educador. Qual o papel dele?

Rivoltella Ele é um especialista no tema. Tem competências nas áreas de Comunicação e Pedagogia e, na escola, ajuda a formar os professores das outras disciplinas e atua em conjunto com eles no aprofundamento do trabalho educativo com os meios de comunicação. Na Europa, os mídia-educadores vêm da Comunicação e da Pedagogia - ou se formam em cursos como o de Mídia e Educação, que dirijo desde 1999. Eles já atuam em algumas escolas públicas italianas, embora o Ministério da Educação não tenha posição oficial sobre a questão. Muitos são consultores de escolas, sobretudo nas que têm autonomia financeira.

Muitos defendem que esse mídia-educador ajude a aprimorar a programação infanto-juvenil.

Rivoltella Eu estou entre eles. O mídia-educador é o profissional que tem competências pedagógicas para preservar os valores e a ética necessários na produção audiovisual direcionada ao público infanto-juvenil. Há tentativas de inserir o mídia-educador nos canais de TV italianos, mas as empresas ainda estão completamente voltadas a interesses econômicos.

No Brasil, ainda há muita resistência ao uso da tecnologia na escola.

Rivoltella Isso é muito ruim porque o Brasil fica para trás nessa questão que é crucial. Na Europa, ela já foi amplamente superada, pelo menos no que diz respeito a computadores. O que falta é formar professores que dominem as relações entre mídia e Educação. Hoje, o que existe é uma competência instrumental, o mínimo necessário para desenvolver um pensamento crítico sobre a internet, por exemplo.

Como atuar numa escola sem TV, DVD, computador?

Rivoltella É possível desenvolver bons trabalhos usando meios como a escrita e a fotografia. Até as rádios comunitárias, que são muito comuns no Brasil, podem ser bem aproveitadas em sala de aula.

Contato
Pier Cesare Rivoltella, piercesare.
rivoltella@unicatt.it

Especialista em Mídia e Educação da Universidade Católica de Milão  Pier Cesare Rivoltella


 

sábado, 7 de setembro de 2013

O USO DE TECNOLOGIA NO ENSINO DE GEOGRAFIA

As inovações tecnológicas têm avançado em todas as áreas do conhecimento. Na
Geografia destacam-se os sistemas de informação e processamento de dados, os quais
exigem níveis de conhecimentos cada vez mais desenvolvidos na prática da formação
profissional e, consequentemente no cotidiano escolar enquanto componente
pedagógico e técnico.
A utilização de software para o processamento de informações espaciais, dados
estatísticos e imagens digitais enquanto recurso pedagógico e operacional na Geografia
auxilia na interpretação da realidade social. Os avanços da ciência e das inovações
tecnológicas têm sido consideráveis e exigem, cada vez mais, níveis de escolarização e
conhecimentos especializados em diversas áreas. As tecnologias da informação e
comunicação ingressam no processo de ensino e de aprendizagem, enquanto materiais
de apoio.
Os instrumentais tecnológicos da cartografia digital na Geografia requerem
maior atenção quanto sua disponibilização para a pesquisa pedagógica em diversas
temáticas.
As novas tecnologias no ramo da Geografia constituem elementos didáticos que
podem contribuir para a melhoria de algumas atividades nas salas de aula.

Maria Madalena de Aguiar Cavalcante/UNIR-RO/UFPR/LABOGEOPA/UNIR
mada.geoplan@gmail.com
Ana Solange Biesek
UNIOESTE/UCS/UFPR/ UDC
ana.biesek@bol.com.br

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Os desafios do ensino da geografia na atualidade

O presente texto é uma discussão sobre a importância da disciplina Geografia no currículo do ensino básico e se ela deveria ser considerada a mais importante de todas as disciplinas escolares.
Essa é uma idéia atípica, que pode parecer estranha diante do que a maioria de nós está acostumado a pensar, pois, infelizmente, o ensino da Geografia na escola ainda é associado a duas idéias principais:
A primeira que ela é uma disciplina que leva ao extremo o recurso da "decoreba". Nós fomos educados assim e, apesar de todas as mudanças, ainda podemos dizer que, para “tirar boas notas” em Geografia, em pleno século XXI, o mais importante continua sendo ter uma “boa memória”. E a segunda é que a Geografia é uma matéria que quase nunca reprova e é mais fácil e menos decisiva do que Matemática ou Língua Portuguesa. A aula de Geografia é um bom momento para fazer um pouco mais de bagunça, até mesmo porque, em geral, professores de Geografia são "mais bonzinhos" de que os das outras disciplinas. Enfim, a visão da "decoreba" e da matéria menos séria é triste, porque a Geografia não é nada disso: ela é uma ciência que integra contribuições de outros campos do saber, como da História, Economia, Antropologia, da Biologia, a Sociologia entre outros e que deve ter uma função central na necessária renovação do ensino. Contrariamente à imagem que corre, a Geografia não é um saber “inútil” e “desinteressado”, como adverte o geógrafo francês Yves Lacoste em seu célebre livro “A geografia serve antes de mais nada para fazer a guerra”.
Quando os meios de comunicação mostram incessantemente imagens de terroristas agindo nos diversos cantos do planeta, é possível que a escola ignore isso? E quando o clima do planeta dá sinais de alterações perturbadoras, talvez por influência da atividade industrial, é aceitável deixar de discutir isso? É claro que não, a não ser que a escola desista de ter entre os seus objetivos o de ajudar a entender o mundo em que vivemos.
Por que isso acontece? Em primeiro lugar, porque é a Geografia que garante um espaço específico para o tratamento das questões sociais e ecológicas dentro das escolas, permitindo que os problemas do mundo e dos alunos sejam discutidos na sala de aula.
É por isso que "um bom professor de Geografia vai para a sala de aula com um jornal e um globo terrestre". Claro, pois tudo o que está acontecendo de importante no mundo pode servir como ponto de partida para o trabalho do professor de Geografia.
E no que deve consistir esse trabalho? Basicamente em mobilizar a curiosidade e as idéias que os alunos já têm sobre os temas debatidos e, com base nisso, conduzir atividades em que vamos localizar, mapear, comparar e analisar criticamente os fenômenos discutidos. É exatamente por isso que há muitas décadas já se afirma que, na escola, a Geografia é fundamental para levar os alunos a discutir além da visão superficial e sensacionalista das manchetes dos jornais e da TV. Então, a Geografia é importante porque, mesmo na escola mais tradicional, abre espaço para que os problemas reais do mundo sejam discutidos e aprofundados. Esse processo revela um outro aspecto importante dessa disciplina: ela pode englobar abordagens de várias outras matérias. Um bom trabalho provoca a necessidade de pesquisar e discutir questões históricas e científicas, produzir textos de síntese, levantar dados numéricos e usar a matemática em um sem-fim de tipos de análises. Ou seja, em um trabalho sério de Geografia, todas as disciplinas devem dar sua contribuição; todas as matérias podem "estar contidas" nela. A Geografia, veja só que chique, é a mais multi e interdisciplinar das ciências.
A Geografia deve ser cada vez mais, explorada como a mais importante das disciplinas, para atingirmos dois objetivos em nossas escolas. Esses objetivos podem parecer contraditórios, mas, na verdade, são profundamente complementares:
- Pelo conhecimento do espaço local e pela comparação dele com outros lugares, ajudar cada um a compreender melhor sua inserção territorial e cultural, estudando e analisando, o que contribui para a construção de uma identidade pessoal e comunitária mais rica. Conhecer cada vez mais e melhor seu lugar, sua cultura e as pessoas que vivem nos mesmos espaços que nós;
- Pelo tratamento global dos problemas, pela busca de características comuns, pela análise da distribuição e da evolução espacial dos fenômenos e pelo uso constante do globo e de mapas, levar nossos estudantes a conhecerem cada vez melhor o planeta em que vivemos. É a Geografia que possui a mais nobre das missões na escola do século XXI: preparar nossas crianças e adolescentes para a superação dos patriotismos e regionalismos estreitos, e formar para o respeito às diferenças e para o que nós chamamos de "cidadania planetária".
Afinal de contas, o mundo é mesmo quase uma bola, estamos todos no mesmo barco redondo com sua atmosfera fantástica, o que acontece aqui sempre tem implicações em todas as direções do espaço, e não podemos mais nos dar ao luxo de educar nossas crianças como se isso não fosse uma verdade fundamental. Precisamos da Geografia para nos conhecermos, para conhecermos nosso mundo respeitando sua diversidade e complexidade e para construirmos a cidadania planetária. Decore isso !!!


Márcio Balbino Cavalcante é geógrafo pela UEPB; Pós-Graduado em Ciências Ambientais – FIP/PB; Professor do Instituto Superior de Educação de Cajazeiras – ISEC/PB e Pesquisador do TERRA – Grupo de pesquisa Urbana, Rural e Ambiental da Universidade Estadual da Paraíba – UEPB/CNPq.